Há quatro anos o dia 10 de dezembro tem
sido de angústia para o casal Sandro Romilton e Lúcia Mota. Foi nessa
data, em 2015, que a pequena Beatriz Angélica Mota (então com sete anos)
foi brutalmente assassinada com 42 facadas dentro do Colégio Maria
Auxiliadora, em Petrolina, durante uma festa de encerramento do ano
letivo. O crime até hoje permanece sem respostas, mas Sandro e Lucinha
não desistem de clamar por justiça. Pelo contrário.
No final da tarde de
ontem, acompanhados por amigos da família e demais integrantes do
Movimento ‘Somos Todos Beatriz’, eles saíram de casa para protestar.
O grupo se concentrou na Praça Maria
Auxiliadora, Centro da cidade, e fez uma vigília em memória da menina.
Mesmo emocionada, Lucinha voltou a criticar duramente a condução das
investigações e também o colégio onde sua filha foi morta.
“São quatro anos de dor, de
sofrimento, de luta, de resistência. Mas a única vítima nessa história
foi Beatriz. Ela teve seus sonhos interrompidos porque o colégio não
quis investir em segurança e não prestou serviço de segurança no dia 10
de dezembro (de 2015).
A Polícia Civil de Pernambuco não cumpriu com seu
papel de investigar e punir os verdadeiros culpados”, declarou.
Mesmo tendo acesso ao inquérito, a mãe
de Beatriz não pode divulgar detalhes porque o caso corre em segredo de
justiça e ela assinou um termo de compromisso. Apesar disso, Lucinha
disse que a investigação paralela que a família vem fazendo pode ser
informada à sociedade. Ela afirmou que o inquérito policial que trata do
crime “é formado por erros”, inclusive o fato de um perito da PCPE ter vendido um plano de segurança para o colégio. “Por que ele fez isso? Quais eram suas intenções?”, desabafou.
Luta
Pai da menina, Sandro Romilton endossa as palavras de Lucinha. “A
Polícia Civil, que é a responsável por nos dar esclarecimentos, e
também o Ministério Público, que tem uma investigação para tentar
resolver o caso, mas a única resposta que a gente ouve é a que todos já
sabem. Mas isso é angustiante.
Já são quatro anos e nada está sendo
feito”, lamentou o pai de Beatriz, acrescentando não ter dúvidas,
por informações as quais teve acesso, foi de que houve de alguma maneira
uma interferência externa no caso. “Vamos guardar esse sigilo
conosco, mas estaremos mais fortes do que nunca nesse trabalho paralelo.
Temos as nossas investigações. Concordamos com algumas que estão no
inquérito, não concordamos com outras.
Eu e Lúcia não temos expertise,
mas é bom dizer que (a investigação paralela) é legal e temos apoio de
pessoas da área de segurança”, completou Sandro.
Também presente durante o ato público, o
advogado da família, Jaime Badeca reforçou que a intenção é federalizar
o Caso Beatriz. “Estamos absolutamente focados em federalizar o
caso, porque entendemos que quatro anos é tempo suficiente para qualquer
aparato policial desvendar ou elucidar qualquer caso”, pontuou.
Fonte Carlos Britto
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