Emiliana, Pérolla e Marcos: felicidade em família, conquistas depois de tratamento para gravidez tardia
Número de mulheres nessa idade que decidiram ter filhos aumentou 37% em dez anos
Rio - Para se empenharem mais à carreira, por não acharem o parceiro
ideal, por não se sentirem preparadas para ter filhos, por problemas de
saúde, entre outros fatores, boa parte das mulheres adia ao máximo a
maternidade. Muitas, estão virando mamães somente após os 50 anos de
idade. A fertilização in vitro, com doação de óvulos, é a técnica mais
usada.
Segundo o Ministério da Saúde, entre 2007 e 2016 o total de
mães após os 50 anos cresceu 37%, pulando de 261 partos para 358. De
acordo com especialistas, a reprodução assistida e o congelamento de
óvulos quando se está em uma idade fértil, é a solução mais requisitada
nessa faixa etária. Isso porque as chances de se engravidar
espontaneamente nessa idade é de menos de 1%.
"A reprodução assistida pode ser feita em qualquer situação que seja
diagnosticada a incapacidade de concepção espontânea. Como os casos de
obstrução das trompas, endometriose avançada e comprometimento da
produção de espermatozoides, tanto qualitativa como quantitativamente",
explica Maria Cecília Erthal, especialista em reprodução humana
assistida e diretora-médica do Vida- Centro de Fertilidade.
Maria Cecília ressalta que os óvulos são o maior problema para
engravidar nessa idade, já que a qualidade diminui conforme a mulher vai
envelhecendo.
Com a menopausa, ela para de produzi-los. A solução é o
congelamento de óvulos quando se é mais jovem ou recorrer à ovodoação
(óvulos doados, com características físicas similares).
ALERTA PARA RISCOS
A médica, porém, alerta para riscos: "Uma mulher que fica grávida
após os 50 anos tem maiores chances de intercorrências ligadas à própria
gestação, entre eles, abortos, partos prematuros, comorbidades como
diabetes, hipertensão arterial e hipotireoidismo", enumera Maria
Cecília.
A consultora jurídica e psicóloga, Emiliana Lobato Barroso, 55 anos,
de Anchieta, na Zona Norte do Rio, decidiu ter a filha Pérolla, de 4
anos, com o marido, o funcionário público aposentado, Marcos Roberto
Serra, 57, aos 51 anos.
"Retardei essa benção, por conta da carreira. Vim de Minas Gerais, da
roça, tive que lutar para melhora um pouco de vida, e só agora ter
melhores condições de criar o meu maior tesouro", explica Emiliana, que
recorreu à fertilização assistida para engravidar. "Na segunda tentativa
deu certo.
Foi uma gravidez maravilhosa, cercada de carinhos e
paparicos da família e amigos. Hoje, eu e Pérolla fazemos aulas e
ganhamos medalhas de taekwondo juntas", detalha.
Atualmente, acompanhamento pré natal rigoroso evita, por exemplo,
complicações para bebês que nascem prematuros. "Nos cabe alertar,
contudo, para possíveis outros entraves futuros. Como o envelhecimento
dos pais, que pode trazer maior risco de desequilíbrios psicológicos,
devido ao conflito de gerações.
Além disso, a partir dos 70 anos, os
pais têm maior chance de precisar de suporte dos filhos, tanto emocional
como financeiro, e eles podem ainda não ter condições para tal ajuda".
Fonte odia
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