Antonio Carlos Rodrigues Junior ficou preso sete dias após um relatório apontar que ele tinha "características semelhantes" com o autor que aparecia nas imagens do roubo. Vítima, cônsul-geral da Venezuela do Rio, também reconheceu autor erradamente
Imagens do ladrão e Antonio Carlos (foto à direita), preso injustamente, se espalharam nas redes sociais - Reprodução Internet
Rio - A Corregedoria
Interna da Polícia Civil (Coinpol) abriu uma sindicância para apurar o
caso da investigação da Delegacia Especial de Apoio do Turista (Deat)
que acabou com um inocente preso no lugar do ladrão que participou do
roubo à cônsul-geral da Venezuela.
Antonio Carlos Rodrigues Junior ficou preso sete dias após um relatório apontar que ele tinha "características semelhantes" com o autor que aparecia nas imagens do roubo.
"Vamos verificar se houve alguma irregularidade na
análise das provas, ouvir todas as pessoas envolvidas na investigação
para saber se houve efetivamente elementos que indicassem para aquele
homem, que infelizmente foi preso", disse o corregedor da Polícia Civil,
o delegado Gilson Emiliano.
A conclusão que levou um trabalhador para a cadeia
comparou o vídeo com fotos de Prw, como Antonio é conhecido, em uma rede
social. Nesta sexta-feira, a juíza Gisele Guida de Faria, da 11ª Vara
Criminal, mandou soltá-lo porque ele "foi preso de forma equivocada
devido ao reconhecimento errôneo da vítima, que acabou por reconhecer
outro indivíduo."
A consulesa esteve na delegacia mais de um mês após a
emissão do documento que comparou o motorista de aplicativo com o ladrão
e três dias após sua prisão.
A inspetora da Deat que assina o relatório disse que
chegou a conclusão que um dos ladrões é Antonio Carlos após uma
"persistente e minuciosa" pesquisa nas redes sociais do primeiro preso,
João Vitor Rodrigues de Aguiar e achar Prw entre seus amigos, que se
assemelhava muito como um dos autores do roubo .
O relatório segue, narrando que "após exaustivas
visualizações das imagens do vídeo do roubo e da análise das fotografias
encontradas nos álbuns do Facebook de Antonio Carlos" notou que as
características de Prw e do autor do roubo são muito semelhantes.
A inspetora aponta características como cor da pele,
que ambos são carecas, têm "orelhas grandes" e até compara o frame do
vídeo com o criminoso de óculos escuros com uma imagem em que Antonio
Carlos também está de óculos.
"Nota-se semelhança na cor da pele, no formato do
nariz, no formato da cabeça e que ambos são carecas.
A orelha de ambos é
grande (...) outro fato onde destaca forte semelhança entre os dois foi
colocada duas imagens, com ângulos semelhantes, em que os dois estão de
óculos escuros", diz um trecho do relatório, remetido à delegada
Valéria Aragão, titular da Deat.
"Tudo leva a crer que que Antonio Carlos Rodrigues
Junior e o homem vestido de preto e de óculos escuros que aparece nas
imagens do vídeo pertencente ao inquérito sejam a mesma pessoa.
É o que
coube informar", conclui o documento, datado do dia 14 de junho.Por
ADRIANO ARAÚJO
Fonte O Dia
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